quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Vasco e o Brasil, dois gigantes lutando juntos no front da Segunda Guerra mundial !

Vascaínos,
Se a história do Vasco dentro de campo é coroada de glórias e de conquistas, fora dele é que as nossas fundações mais sólidas e mais resistentes estão fincadas, é fora das quatro linhas e fora do âmbito do futebol, apesar do nosso Club ser conhecido mundialmente por ele, que o Gigante da Colina é ainda mais gigante, monstruoso e colossal.
Aproveitando a data que se sucedeu no dia de ontem, 27-01-2015, aonde o mundo comemorou 70 anos da libertação do campo de prisioneiros de Auschwitz, vamos relembrar uma das passagens mais belas do nosso glorioso passado, quando o Vasco mais uma vez serviu ao Brasil, e nesse caso, no esforço de libertar o mundo do nazismo no front Europeu ao longo da participação da FEB ( Força Expedicionária Brasileira ) no teatro da guerra.
Antes, devemos lembrar que o Vasco, quase 20 anos antes do fim das hostilidades, já contribuía com as nossas forças armadas, ao em 1928 institucionalizar dentro de suas dependências a Escola de Instrução Militar 307, ou EIM 307, que funcionou desta data até o fim da década de 40 e que tinha como objetivo preparar os sócios do Club para a reserva do Exército, destacando-se ainda que além de uma grande área destinada à Escola, tudo era oferecido pela nossa instituição, desde instrutores até o material utilizado e que assim como hoje é o futebol, também contava com um departamento e um diretor próprios, tamanha sua importância.
Em outra ocasião falaremos mais dele, mas deve-se destacar que mais de 10.000 reservistas foram formados dentro do Vasco, até o período de encerramento das suas atividades.
Bom, chega a temida segunda guerra, os esforços de guerra são imensos, tanto que velhos remadores nossos ofereciam suas medalhas para serem doadas e arrecadar fundos, e o Vasco não ficou atrás: Capitaneados pelo então presidente Cyro Aranha, foram promovidos jogos beneficentes ( Como o em nome das vítimas de navios afundados pelos alemães em costas brasileiras ) para arrecadação de fundos e também foi doado, em nome do Club para o nosso exército, um periscópio e um binóculo !
Mas o vascaíno queria mais, e em um gesto de grandeza extrema, os sócios se cotizaram em uma campanha chamada "Comissão pró avião Vasco da Gama", com o objetivo de arrecadar fundos para a aquisição de um caça que posteriormente seria entre à FAB.
A escolha dos aviões em si é um dos momentos de maior heroísmo da nossa história e foi contada pelo site SEMPREVASCO dessa forma:

"Na sua primeira reunião ( da comissão ), o seu tesoureiro, Arthur da Fonseca Soares, propõe que se compre imediatamente o avião. Por imediatamente leia-se: que todos saíssem naquele momento e encomendassem o aparelho. O presidente da comissão, e depois presidente do Vasco, Manuel Ferreira de Castro Filho, chegou a argumentar que a campanha nem havia sido iniciada, ao que foi respondido por Arthur: "No Vasco, basta plantar a semente". E foram eles fazer história.

Chegando na importadora, foi pedido ao seu gerente, outro grande vascaíno chamado Silvano Santos Cardoso, que mostrasse os modelos que tinha. Este começou com o melhor de todos, "mas é muito caro" disse Silvano e já se preparava para virar a página do mostruário quando foi interrompido pela comissão: "queremos dois!". A comissão confiava que os vascaínos iriam aderir em massa aquele projeto."



E assim foi feito, sendo afixadas 3 faixas de doações, em 20 dias a campanha se encerrava e com sobras de recursos que ainda tentaram ser devolvidos, pois entre os doadores existiam pessoas humildes mas todos se recusaram a receber os excedentes, usados mais tarde na construção da nossa bela Sede Náutica da Lagoa.
No intervalo de uma partida em São Januário, o próprio Ministro da Aeronáutica recebeu os aviões, devidamente decorados com a Cruz de Malta na "nacelle".
O professor Castro Filho resumiu bem o seu sentimento ao presenciar aquele momento histórico que o Vasco lhe proporcionava, e ao Brasil:


"Eu me sentia desligado daquela praça verde, palco de lutas desportivas gigantescas. O meu pensamento vagueava por outras paragens: o campo de lutas sangrentas e irreparáveis em que, naquela hora, por certo, preliavam, como heróis, muitos de nossos atletas, tanto dos moços que ali receberam as primeiras lições de coragem e civismo. O meu olhar turvado de lágrimas, estava preso aos graciosos movimentos do Pavilhão Nacional do grande mastro. Parecia-me ver nesse ondular verde e ouro o aceno protetor e amigo do reconhecimento; eu via a Bandeira do Brasil a acenar para todos, como se lhes dissesse comovido:

- Obrigado, Vasco, muito obrigado vascaínos; Deus vos conserve esse grande, esse imenso coração!"



Fonte de consulta:

  1. SEMPREVASCO
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